O telefone não vai tocar e a acusação é uma só: não sei ser romântica com você. Na verdade nunca soube, e o problema não é VOCÊ. Nunca soube com ninguém. Talvez nem comigo mesma, por mais cruel que isso possa soar. Me cobro muito, me exijo demais e o total romantismo acaba ficando para trás. Na verdade acho que romantismo é algo tão centrado e forçado em um propósito que me proíbo. Não faço a mínima ideia de como colocá-lo em prática sem assustar, sem espantar. Comigo é muito no oito ou oitenta... E ando preferindo o oito. Já exagerei tanto, já coloquei tanta intensidade onde não devia que o oitenta pode te assustar um pouco... E longe de mim te assustar.
Talvez eu seja só realmente muito caída na sua, digo, beeem caída na sua. Talvez a balança que pesa meus carinhos esteja há muito tempo empenada só para o seu lado. Eu não sei. Nem sabia que tinha uma balança, tô me descobrindo depois de você. Mas prefiro não remexer demais, nem me enxergar do alto, que é para não perceber a minha enorme queda em sua direção. Então não ligo, não me movimento, continuo fingindo de um lado que não tem muita importância, e você, do outro, faz o seu joguinho de sedução barato fingindo que engole a frieza das minhas palavras. Mas chega de figuras de linguagem, a verdade é simples e uma só. Eu, infelizmente, amo você.