sexta-feira, 27 de abril de 2012

Vamos ser algo.

Queria ver se nós dois pudéssemos ser algo. As coisas iriam ser, no mínimo, muito engraçadas. Diferentes. E completamente fora da nossa realidade. Porque você não poderia usar centenas de desculpas para a sua falta de jeito com a nossa relação. Porque nós dois seriamos algo e você só aceitaria isso. Mas, se temos alguma certeza nessa vida é que não podemos ser nada quando estamos muito perto um do outro. Porque não, não dá certo. A gente se esbarra, se atrapalha, se preenche demais. Nos sufocamos com tanta vontade, tanto amor que não dá certo. E vamos combinar, tudo o que é demais sobra. E sobra sem dó alguma.
Mas se pudéssemos ser algo seriamos algo muito intenso, eu diria. Meio avassalador demais, dinâmico demais, (porque você sabe, eu sou dinâmica e você teria que me acompanhar). Meio cruel demais também porque seriamos tão egoístas com a nossa própria companhia que não aceitaríamos intervenção alguma, seriamos só eu e você, nada mais. Ninguém mais. E com certeza, seria tudo demais. Mas se pudéssemos ser algo o nosso demais não sobraria,  engoliríamos toda a presença, o afeto, as tardes de domingo e distribuiríamos na vida em comum julgada eterna.
A verdade é que se pudéssemos ser algo você nunca mais precisaria olhar minhas fotos escondido pra ninguém perceber que assim como eu você também sente falta da gente, você não iria passar a mão na sua barba mal feita e lembrar o quanto eu gostava disso apesar de reclamar infinitas vezes o quanto elas me machucavam. Você não precisaria ouvir nossas músicas a fim de trazer conforto pois estaríamos juntos nos confortando mutuamente.
Sei que, se nós dois pudéssemos ser algo, por escolha ou fatalidade você lembraria da gente ao final do dia e a gente se encontraria no pensamento nos mandando boas vibrações depois de um dia cansativo. Porque se fossemos algo eu estaria ocupada o bastante com você agora ao invés de estar dissertando sobre eternos clichês de amores vindos e amores perdidos. Por isso, meu bem, me deixe guardar meu clichê e vamos ser algo.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Todo amor que houver nessa vida.

Aguenta essa: eu não estou nem aí. E vou te confessar, não estar "nem aí" nos dias de hoje causa um feito danado. Já não me importa mais as esquinas que passei e as que vou passar, tenho ligado somente em onde estou, e agradeço profunda e largamente por ter chegado a este ponto. Hoje só existem três coisas que me tiram do sério: só ter água quente em casa, a bateria do meu celular e o Cazuza. Ahhhh, como esse último me tira do sério... É engraçado mas eu e ele queremos a mesma coisa, e olha, é tão difícil querer a mesma coisa que eu. Mas ele quer, porque ele quer a sorte de um amor tranquilo com sabor de fruta mordida, e eu também.
Tá ai, "amor tranquilo". Isso existe?! As histórias de amor que ando presenciando por aí andam crueis demais, radicais demais, verdadeiras de menos. E eu te pergunto é preciso mesmo leva-las tão radicais assim? Tão a ferro-e-fogo? 8 ou 80? Outra coisa que aprendi observando tanto as pessoas e escrevendo tanto sobre elas eu posso relacionar aqui: tudo ou nada não está com nada, minha gente. É minha verdade...Juro! E eu posso te garantir, não é assim que deve ser. O meio termo existe sim e as vezes é a melhor opção. Temos que aceitar isso. Essas histórias que chegam do nada e te deixam descabelada e totalmente louca ou é cólica ou é paixão, mas está longe de ser amor.
O amor é calmo, passivo, vem de pouco em pouco e é preciso ser conquistado diariamente se não se transforma, e se transforma em saudade, em dor ou em um texto avulso como este. Ele não vai aparecer pra você só porque estás sofrendo ou porque precisa de respostas para perguntas infundadas sobre a relação humana e seus defeitos. Ele vai aparecer quando você estiver pronta pra ele, vai aparecer quando você descobrir a sensação gostosa que é viver sem esperar por ele, vai aparecer quando você deixar de somente ver as coisas e passar a enxergá-las. Ele vai aparecer... Mas vai aparecer quando você não estiver olhando nem ligando, porque se você usar um binóculo com raio-x, ah querida, sinto lhe informar mas ele vai desaparecer. Vai correr em silêncio porque a fuga silenciosa é a pior, mas a mais eficaz que não te dá tempo para fazê-lo ficar,  vai se render a outro encanto que esteja destraida o bastante para recebe-lo na calmaria.
A verdade é que o amor é surpresa. É despreocupação, é a ligação no domingo. Apesar de ser cura para muitos males, há quem o trate como remédio tarja-preta, e não, não, não! O amor não é remédio, muito menos preto, ele é vermelho, rosa, colorido ou a cor que você quiser que ele seja. E vou te dizer mais, quando você estiver amando será a última a saber, porque amor, como eu disse, é surpresa, e essa é sua mágica. Ele vai vir na calmaria porque o amor é tranquilo com sabor de fruta mordida e se você souber exerga-lo e não assusta-lo com certeza terá todo amor que houver nessa vida e algum trocado pra dar garantia. 

terça-feira, 24 de abril de 2012

Que venha, mas venha inteiro.

O coração dispara loucamente: nova mensagem no celular. Você tenta se preparar e o seu cérebro libera quantidades imensamente significativas de dopamina e ocitocina que é pra te deixar totalmente sem qualquer tipo de reação. Mas veja só, depois de minutos de extrema adrenalina você constata: não é ele. E agradece largamente a sua operadora mas você não quer pacotes promocionais de chamadas de longa distância, até porque vem constatando sim que a distância é uma merda e o quanto mais longe está dela, melhor! 
Não sei muito bem quando essa bagunça toda começou e muito menos se ela termina, mas depois de muito refletir cheguei em algumas conclusões como, as vezes pequenas direções mudam vidas inteiras. E é isso, simples assim. As coisas mudam com apenas alguns voos e um pouso doloroso até chegar a algum incontestável fim (ou começo): uma nova realidade e um novo jeito de encarar a vida. Tudo depende de como você vê.
Tenho cada vez mais certeza de que são essas pequenas transformações que fazem o ontem ser diferente do hoje, e não só as horas que passam despercebidas no relógio do teu braço. As pessoas evoluem, mudam, se transformam, e acredito que novas cicatrizes aparecem para suprir hematomas antigos, que ficam lá disfarçados só pra gente lembrar do que passou e descobrir se já é hora ou não de apertar o vermelho pra ver se o machucado tem o mesmo efeito e se podemos seguir em frente.
O que se passa na cabeça e na alma de gente que gostamos será sempre um mistério -graças a Deus-. E é isso que torna as pessoas interessantes e cheias de surpresas. Cá pra nós, será que nos apaixonariamos mesmo se tudo fosse mais simples, mais fácil?! A verdade é que somos loucos por desafios. E não há quem mude isso. Só quero deixar um coisa bem clara, a dificuldade que as pessoas tem para se relacionarem umas com as outras, a falta de demostrações, a frieza do seu ego é indiretamente proporcional ao fato do sentimento ser ou não ser sincero e puro. Me entende?! Quero dizer, cada um ama do seu jeito e cabe a você, a mim, respeitar e entender isso. O que vale mesmo é que seja real, que seja verdadeiro, que venha de corpo, alma, coração e todos os defeitos inclusos. Que seja por inteiro.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Cedo ou tarde.

Somos assim, sem exceção: só se percebe a falta que o outro faz quando a ficha cai e já é tarde demais. Mas te pergunto, será mesmo que é tarde demais? Será que existe mesmo um momento certo pra ir buscar felicidade? Defendo a ideia de que as coisas acontecem sim quando tem de acontecer, mas vou logo me contradizendo: nós podemos e somos capazes de adiantar ou atrasar o processo todo, pode acreditar!
Eu fiquei pensando nisso durante muito tempo depois daquela tarde em que ouvi você desligar o telefone sem dó alguma após me dizer que iria ser feliz sem mim. Você nunca ligou para quantas voltas o mundo podia dar e sempre foi assim, hoje eu até entendo o motivo da tua espera pelas "coisas certas". Sua única preocupação mesmo era o Bom Dia para o porteiro gente fina do teu prédio e o batom vermelho logo cedo... Você pulveriza a vida e se completa nela. E não são retalhos, muito menos migalhas, pelo contrário, te vejo mais inteira do que muita gente por aí. Você me ensinou que um dia a gente some desse mundo e as coisas pequenas terão o mesmo significado das grandes. Importante mesmo é quem vai estar lá pra dar o adeus final. Sempre te vi no hoje, você sempre viveu o hoje de fato, sua história de vida só transita no presente e isso muito me agrada... Ou me agradou, já que faço parte do seu passado que não é digno nem de pequenos rebuliços seus. 
Você me mudou. Me mudou de tantas diferentes formas, em tantos ângulos. Me mostrou que a gente tinha muito o que aprender - e ainda tem. Mesmo quando todos diziam o quanto éramos vazios e hipócritas discursando palavras que não proferiam um terço do que éramos e queríamos de fato para nossas vidas e mesmo assim nos completávamos de uma maneira indiscutível. E eu acho que deve ser por isso que ainda não posso colocar um ponto final em você. No máximo algumas reticências para quem sabe na hora que estivermos prontos o suficiente para nos engolirmos sem entalar continuar essa história. 
Sei que não adiantaria ninguém te contar sobre meu eterno e infundado elo por você. Você jamais ligaria. Talvez até iria de uma vez. Ou ficava de uma vez. Mas essas são questões que eu não saberei tão cedo, ao menos que você crie coragem o suficiente e venha me contar, eu adoraria escutar, e vou te confessar uma coisa, se isso acontecer só você e Deus saberiam o ritmo que meu peito consegue alcançar de uma hora para outra.
Peço agora licença ao meu orgulho barato para lhe dizer que descumpri a promessa de nunca chorar. Mas. Mas a verdade é que amo. E sou louco por inteiro por isso. Peço licença a minha fragilidade que anda escancarada me provando que muito já mudei para lhe dizer que, de perto ou de longe te olho. Te olho, te cuido, te protejo. E que posso ficar sem verso, sem rima, sem concordância alguma, mas não me deixe sem você aqui, porque pode ser cedo para nós, mas nunca será tarde demais. 

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Verdades.

Ando tão sem tempo para essas pequenas coisas. Essas mediocridades que escancaram aos nossos olhos egos inflados de pessoas tão vazias. Ninguém se respeita mais, ninguém se conhece mais, e eu, particularmente não tolero mais tanta fachada. Quero clareza, quero luz, quero verdades. É isso, quero muitas verdades. Acreditar e confiar. Eu te pergunto, isso ainda é possível no século presente? Muitos dizem que não, e eu temo ter que um dia concordar. Em um tempo onde nunca se sabe quem é quem me lembro agora do que Mário de Andrade uma vez afirmou: "as pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos". Espero profundamente estar viva até o dia em que as pessoas irão se abrir com clareza, sem medo de expor suas verdades e absurdos e me deixarem confiar nelas sem dó. Meu tempo vem se tornando escasso demais para discutir tantos rótulos, quero essência, minha alma grita por isso, eu tenho esse direito, além de muita pressa!

Mudar pra mim, por mim.

Sempre achei sentimento bem bilateral. E defendo fielmente a ideia que a gente que escolhe como vamos encará-lo. E pra mim essa é uma das artimanhas mais incríveis desse amontoado de coisas desconhecidas que cabem dentro de qualquer tipo de sentimento. Sem querer falar muito difícil, apesar de ser MUITO difícil ser simples se tratando de sentimento (olha aí eu já me complicando de novo), a verdade é que eu nunca te pedi pra mudar. E nunca vou. Não mudar por mim. Se tem outro aprendizado que eu me encarreguei de guardar durante esse tempo de vida ele é esse: não mude por mim, por outrem, mude por você. Tá aí, mudar... Será mesmo que a gente sabe a hora de mudar? Mudar de casa, mudar de rotina, mudar de amor, mudar de vida! Sei que, se um dia você tiver que mudar que seja por você. Não mude por mim, nem por qualquer outra que possa vir aparecer em tua vida, mesmo que ela seja até melhor que eu... Não mude.
Não pense que meu pensamento sempre foi regado dessa forma, muito pelo contrário: sempre achei um excesso de egoísmo não mudar pelas pessoas. Eu muito já mudei. As vezes acho que foi bobeira, as vezes acho que foi um alívio, é fato que não tenho uma verdade formada sobre isso. Dizem que quando a gente gosta de alguém ou de algo a gente faz de tudo pra cuidar, estar por perto, proteger. Mas infelizmente esse não foi o nosso caso, ou melhor, não foi o seu caso. Eu bem que troquei prioridades, o almoço de família no domingo e alguns amigos, e você só ficou no seu mundo queue eu entrei. Invadi. E invadi ouvindo você dizer que esse é teu jeito, ou melhor, a tua falta de jeito.
Hoje ouvi dizer que queres mudar. Que resolveu mudar por si só e que está feliz com isso. Pena que eu, por tanto mudar por ti acabei mudando por mim também e veja agora, estou tão mudada que meu passado ficou tão para trás que eu já nem consigo alcançá-lo. E não, não é egoísmo, longe de mim ser egoísta assim, mas eu ando tão ocupada com a minha vida que você nem pode imaginar. Volta mais tarde pra quem sabe possamos mudar juntos?! Você aceita? Mudar por mim, mudar por você.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Ficar de vez.

Sem muitas delongas eu digo: a verdadeira felicidade você só vai encontrar dentro de você. E é isso. Minha história começa à um tempo atrás, e nessa época eu não entendia muito bem quando ouvia esse tipo de conversa, e sempre achava que pra ser feliz precisava ter alguém por perto. Santa ignorância...
Você entrou na minha vida um pouco depois de algumas descobertas, não inteligentes o bastante para me fazerem ver o quanto eu podia ser inteira mesmo que só. Nós eramos muito jovens e achávamos que o mundo estava em nossas mãos. Ingenuidade da nossa parte, brincávamos com ele sem nos preocupar com o futuro, tendo uma única certeza de que, se um dia as coisas viessem a mudar cada um iria para seu lado e pronto. Que seria fácil assim. Foi o que aconteceu, cada um para seu lado. Nem nos falamos mais, já nem sabemos por onde caminhar. Mas nosso coração ainda conversa se estão perto e isso me instiga um pouco. O meu peito apertado denuncia que alguma coisa grave aconteceu, e a tua recusa aos meus toques também. Cheguei a te procurar algumas vezes, cheguei a virar doses e mais doses no bar da esquina mas nada foi meramente eficiente a ponto de fazer efeito progresso. Pelo contrário, tinha a impressão que dia após dia regredia mais me afundando em nostalgia. Eu já te espero faz algum tempo, essa é a verdade. Desde a última vez que você foi embora e me deixou sem notícias me provando o quanto é inseguro para sumir sempre que as coisas estavam indo muito bem. E sempre foi menino o bastante para voltar aos 45 do segundo tempo quando eu já estava deixando de lado o teu sorriso, a tua barba por fazer e teu perfume loucamente doce. 
Meus amigos sempre me dizem para parar de me iludir. E justamente por ser pura ilusão eu me jogo sem medo algum. Eu faço a nossa história porque sei que não posso esperar nada de você alem do de sempre: a eterna despedida. Meu Deus, será que estou tão previsível assim a ponto de você saber que a porta vai estar sempre aberta? Dizem por ai que gente não dá certo, que a gente não se encontra, mas meu cinismo fere todas as meias verdades que entram nos meus ouvidos para te deixar aparecer só mais uma vez, pra quem sabe assim, por vontade ou descuido você não acabe ficando. Você não acabe gostando de ficar. Só mais uma vez... Ficar de vez!

Meu direito.

Preciso de algumas explicações. E com urgência. Alguém que me explica como a gente pode se perder e achar que se encontrou? Ninguém é tão alguém que supere nossa própria companhia, acredite! Esse coração que não toma jeito... Nem dá jeito. Não chega a ser uma carência escancarada, mas afinal qual é o ser humano que não tem a básica necessidade de se sentir cuidado, de aquietar-se um pouco, receber afeto, afago, um olhar manso?! Eu também preciso de carinho, você me entende? Como eu disse, quem é que não precisa?! Sobreviver em meio a socos, ponta-pés, arranhões é doloroso demais, cruel demais. Você pode dizer que me vê autossuficiente demais, mas vou te contar uns dos meus maiores segredos: é pura propaganda enganosa. Agora eu só finjo. Finjo que não me importo, finjo que cresci, finjo que esqueço e finjo que não me machuco mais. Sem mais rodeios, quero chegar a só um ponto, vê se entende o que eu tento dizer: em meio ao turbilhão de más palavras, em meio a toda esse conflito de pessoas e sentimentos, em meio aos maus tratos das pessoas e todos aqueles "não-me-toque", no fundo, no fundo a gente quer mesmo é gritar "me-toque-mas-me-toque-com-cuidado." A gente tem esse direito, não tem?!

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Um novo ritmo.

Acabei de trocar de rádio e a música dela começou a tocar. Um ritmo inconfundível. Calmo na maior parte do tempo e agitado de uma forma inesperada que é pra surpreender qualquer um. Se eu fosse descrevê-la eu usaria o ritmo dessa música: "Calma na maior parte do tempo e agitada de uma forma inesperada que é para surpreender". Mas, ela dita um ritmo que se perdeu. Quando é que você se perdeu assim, menina? Me diga com sinceridade, não me venha classificar como história de amor ou abandono porque sei que vai além disso. Ela deixou de tentar faz tempo. De tentar, de se importar. Abandonou o barco, o bote, abriu as asas e resolveu voar sozinha. Muita coragem, eu diria. 
Em alguns meados atrás proferia com todas as letras que tinha absoluta certeza do que queria. Ah, coitada... Ninguém tem absoluta certeza de nada nessa vida, ainda mais quando se tem vinte e poucos anos. Se sou digna de lhe dar algum conselho que aprendi com meus poucos anos de vida seria a respeito disso, tudo é efêmero, tudo é passageiro. Acredite se quiser. Eu não acreditei. Nem ela... Ela lutou até o último instante, mas chegou a lugar nenhum até constatar que: tudo é passageiro, tudo é efêmero. E você passou! Longe dela querer desistir, ela queria mesmo era mostrar pra toda gente aquele amor guardado no peito disfarçado que ninguém conseguia ver. Mas como eu disse, desistiu. É engrado como o amor se torna angustiante quando ele é só nosso.
Depois de constatar o óbvio, fez todo aquele show de mulher carente que era, abraçou a causa do quarto escuro e das músicas melancólicas e se lamentou o tempo de algumas lágrimas. Ponto! Mulheres geralmente tem esse dom de transformar paixão em dor e dor em calmaria. Graças a Deus! Foi o tempo necessário para sua playlist tocar uma vez inteira e logo ela ouvir novamente aquela canção "calma na maior parte do tempo e agitada de uma forma inesperada". Foi isso. Se agitou. Se agitou e surpreendeu. Agora ela é outra, ela é nova e não há quem a faça dançar um ritmo diferente.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Ah não...

De alguma forma louca e absurda eu sabia que podia ser amor. Não sei como, confesso. Mas sempre tem aquelas coisas que a gente olha e pensa "quero pra mim". Te vi e não deu outra: quero pra mim! E quando eu quero, ah querido, quando eu quero... Não tem quem dá jeito, eu quero e ponto. Eu quero e pronto! Quero no ponto... Não sei se seremos capazes de cultivar isso que estamos sentindo hoje, talvez dure uma semana, um mês, ou talvez dure muitos anos, a eternidade quem sabe. Sei que hoje dá um enorme frio na barriga pensar nesse possível fim. E é por isso que eu digo não. Eu nego sempre. Não pra você. Não pra esse amor. Não de boca cheia e coração apertado. Hoje não. Negativo. Não dá agora, não dá nunca. Nem pensar. Quando eu digo não, é não. Só pra você não esquecer: NÃO! E aí você mexe na fechadura da minha porta e tudo vira do avesso. Agora é não, só que ao contrário. Ah não...

quarta-feira, 11 de abril de 2012

A mulher da sua vida.

Meu amigo, hoje eu venho com uma bomba. Não é uma notícia muito agradável pra ti, talvez hoje você não veja a gravidade do fato, mas tenho que lhe dizer, você perdeu a mulher da sua vida. Não sei muito bem da história, sei da parte dela porque muito me interessa escutá-la... Ah, se ela me ouvisse também. Ah, se ela me enxergasse além do amigo que sempre vai ajudá-la com babacas feito você... Ah! Sei que ela se escondeu por alguns dias, só lia e relia diálogos que -infelizmente- alimentavam uma esperança nada saudável. Lembro-me de vê-la chorar algumas vezes, poucas vezes, confesso, mas a tristeza no teu olhar falava muito mais do que qualquer lágrima que viesse a escorrer. Ela nunca soube lidar com rejeições, pelo simples fato de nunca ter sido de fato. Mas, a garota é mimada e linda, você quer o quê?! É daqueles tipinhos que esnoba, esnoba até que venha uma imbecil o suficiente para se desinteressar por ela. Não foi falta de interesse, mas diferente do normal: não houve interesse imediato. Probleminha...
Não me lembro bem o que ela pensou na hora, mas lembro-me de receber algumas muitas ligações na madrugada de pura indignação. Ela viu alguma coisa em você que não sabia explicar, e sinceramente, nem eu. E olha que a entendo... A entendo perfeitamente! Aqui você pode me dizer a verdade, aquele papinho de que ela era a mulher perfeita pra você era só porque ela te tirava do tédio, não era?! Eu já desconfiava... Ela nem sonha! Que isso morra aqui! Bom, ela limpou o rosto durante alguns dias, o tempo necessário para não ser vista como alguém que sofre por um imbecil feito você, e até foi passar as férias fora que era pra aproveitar todo o clichê que era te esquecer. Cá entre nós, o que você fez pra ela? Claro, crime inafiançável, sua eterna insensibilidade. Sempre desconfiei que você era do tipo de caras que quer, quer, quer e nunca está satisfeito. Mancada! Isso não se faz com mulher nenhuma, ein. 
Ela me ligou esses dias pra contar que voltou da tal viagem, sem nenhuma marca de você, sem nenhuma cicatriz. Fiquei muito feliz por ela, por mim... Me disse que vai achar um cara legal capaz de querer alguma coisa legal também. Diz aí, esperança bonita a dessa menina, ein! Ela nunca foi do tipo que se conforma com as coisas, era do tipo que pegava alguns livros novos, muitos doces e algumas noites bem vividas. Quando soube que ela havia voltado e que de infantil passou pra mulher crescida muito me surpreendeu. Não se faz mais de difícil pra vida não... Olha só! Nada que uma decepçãozinha não faça, não é mesmo?! Hoje sou eu quem te agradeço, ela cresceu... Obrigada por ter feito isso pela MINHA menina. Afinal, você perdeu a mulher da sua vida, e eu?! Eu ganhei a minha.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Doutor...

Bom, queria começar esclarecendo que não vim ao psicólogo porque tenho problemas mentais não. Ou tenho e não sei... Quem sabe. Mas vim porque queria alguem para conversar, e me sinto muito mais confortável pagando alguém por isso. Amigos? Tenho amigos mas eles são sortudos o suficiente para arrumarem esses amores de propaganda de margarina. Poderia ser minha mãe minha confidente, mas, ela não merecia depois de um dia de trabalho minhas lamentações e paixonites agudas. Pensei em procurar um padre, mas ele me acusaria em alguns momentos, então... Senhor psicólogo, peço por favor que não me interrompa e me deixe lhe dizer tudo.
Tive um grande amor (ou ainda tenho), mas é que assim, antes ele era meu pensamento diário, desde a hora de acordar até a hora de dormir, um ciclo sem intervalos, sabe?! Até que eu comecei a colocar outros assuntos na frente dele. É difícil demais, vou te confessar, porque poxa vida, tem sempre alguém com alguma notícia, alguma novidade, algum desastre, e eu sempre estou por perto para ouvir. Não sei se fazem de pirraça ou é pura ingenuidade mesmo mas a verdade é que eu não queria saber sempre dele. Ele tá bem, não tá? Isso já me conforta, desconforta, já basta, dá um certo sossego e desespero... 
Mas, é isso aí, tô viva, tô legal na maior parte do tempo, e sinceramente, acho que estar bem, estar feliz é questão de vontade, não tem nada haver com jogo de sorte e azar. Então, estou bem! Tô saindo pra caramba, me divertindo e tal... Sim, estou muito bem. Enfim, até então você que só me ouve deve estar pensando que realmente eu possa estar louca de ter vindo aqui gabar minha vida super controlada e feliz, mas a verdade é que mesmo com tudo isso eu não paro de pensar nele, e eu gostaria de saber se agora, ou num futuro próximo a ciência possa vir a resolver meu problema? Será que tem algum antítodo contra essa paixonite, Doutor?! Não, né? É, acho que não tem jeito mesmo... Tô ficando sem solução. Mas tudo bem, Doutor, como eu disse eu tô bem, tô feliz e eu não acho ruim pensar nele não. Mesmo morrendo de saudade, mesmo sonhando com teu sorriso, mesmo me escondendo tanto é ele que me tira belos sorrisos. Entende?! Não?? É, Doutor, se nem você que estudou tanto para entender as pessoas entende de desilusões amorosas eu devo ficar sem solução mesmo. Se eu conseguir me resolver eu volto e te conto, ou então até mês que vem se eu precisar de tarja-preta.

domingo, 8 de abril de 2012

E aí?

Me desculpe a franqueza, mas, é o que tem pra hoje. Digo pra hoje porque fui feita com uma enormíssima capacidade de me transformar a cada segundo, nunca sou a mesma, e acredite, isso que me mantém inteira nos dias de hoje. E ai, você aguenta?! Você consegue encarar minhas verdades e constatações? Sou assim, cheia de mim com meias verdades escancaradas para quem quiser ouvir. Não consigo me dar as costas, não sei driblar minhas vontades. Elas se penetram em mim, me invadem até o último osso, me corrompem, rasgam e permanecem. Permanecem até serem saciadas. E eu sempre quero. Quero tudo. Quero muito. O tempo todo. E sou de verdade. Não saio correndo quando sinto, e olha que sinto... Sinto muito! Me envolvo. E por sentir muito me despedaço, me quebro, até me recompor e dar piruetas novamente. E aí, você encara? Consegue suportar meu lado forte junto com o que pede colo a todo momento? Sou assim, cheio de mimos, manhas, vontades, exageros! É tudo demais. Odeio o diminutivo. Não me venha com muitos inhos, por favor. Quero mais, sempre mais. E aí, você encara? Você pode comigo? É o que tem pra hoje... E se você aceitar, é o que vai ter pra sempre. Pode entrar, a porta está aberta.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Silêncio.

Permita-me desfalecer um pouco o meu sorriso tão falso enquanto disserto sobre coragens que nunca tive de verdade. Deixe-me ir já que não me resta mais disposição para ficar e te provar que minhas falhas, essas que hoje me definem e me limitam se transformarão em outras grandes falhas que me definirão e me limitarão daqui a algum tempo. Eu vou me corrigir... Só me deixe chorar pela incompreensão desses dias amargos e me afundar um pouco nesse vazio infundado e um tanto incompreensível aos teus olhos. O telefone não vai tocar e se você ainda não conhece o desespero do silêncio, lhe dou um conselho: apenas aceite. Porque o  silêncio realmente fere.
Andei espalhando sorrisos por ai. Além das mentiras largadas e verdades cruas. Fui fazendo novos eus pra quem sabe, em algum desses eu encontrava a verdade. Coisa de gente que se ilude, eu sei. Como se pra ser de verdade precisasse estar à par de outro alguém. Mas é que as vezes dá um aperto, uma agustia, você sabe do que eu estou falando... Esse sentimento de que todo dia é domingo e que toda manhã nascerá chuvosa. A verdade é que no fundo, no fundo gostaríamos de alguém para resolver nossos problemas, ou então levá-los para passear um pouco.
Perdoe-me a falta de jeito e a indelicadeza com esse turbilhão de ideias, mas tenho limitações bobas e vontades absurdas para as minhas carências nada casuais. Elas vem e vão num piscar de olhos e eu só te preciso por alguns segundos, se puder ficar, é claro. É só o tempo de me decifrar, tenho um dicionário de termos ainda não codificados que conseguem falar um pouco sobre mim. Não sei como, não sei o motivo, mas acredite, isso é possível. Ele não explica muito, não deixa nada muito claro, mas não me importo... Sou isso aí. E isso aí basta.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Mesquinha.

Ô Deus, como sou mesquinha. Sou mesquinha mas não sou cruel, muito menos valente o suficiente para desistir de tudo o que construi durante esse tempo de vida e lutar por você. Eu sempre vou embora, e sei que nunca vou poder te pedir pra ficar ai me esperando com um sorriso congelado no rosto porque nunca sei se consigo voltar.
Eu até abro mão de você de uma forma carinhosa porque sei que nunca vou poder contar com você de fato. Só não sei se é insegurança ou se você faz parte da sociedade com alma de menino grande que não consegue se entregar. E eu tenho que entender. A verdade é que não sei se vou ou se fico. Tantas meias verdades, tantas dúvidas. Esse é daqueles típicos amores tarja-preta, eu diria. As dosagens devem ser homeopáticas e de mês em mês, que é pra não viciar. Porque se vicia, ah, querida, ai já era, não tem mais jeito, você vai continuar sendo mesquinha o suficiente para olhar pra ele por trás do ombro de óculos escuros para ninguém perceber. Furada!

quarta-feira, 4 de abril de 2012

O meio.

Não sei por onde começar. E isso tem sido frequente se tratando de mim. Eu nunca sei por onde começar. Talvez seja porque nós mesmos não sabemos por onde começamos. Quando vimos já estava assim, essa coisa começada e sem final. E quem precisa de final?! O meio... É o meio que importa. Moral da história, lição, aprendizados ficam pra depois. Pra daqui a alguns anos, daqui muitos anos, quando estivermos bem velhinhos de cabelos brancos contando nossas inúmeras histórias, e algumas estórias para nossos netos. É o meio que importa. É o meio a melhor parte. É no meio que a gente embola o passado e traça um futuro engatado.
É no meio que você se pergunta e até consegue algumas respostas. Sempre tem alguem com respostas... Ou você mesmo se responde, e acredite, serão sempre as melhores verdades. É no meio que você descobre que o sol também queima, mas que a chuva pode não ser uma eterna tempestade. Que beijo nem sempre é amor e carinho deve vir de graça. No meio você descobre que é importante estar bem com pessoas, mas não tanto quanto estar bem consigo mesmo. No meio você vê que não pode confiar em todo mundo, mas descobre que ainda se faz importante ter esperança no ser humano e no futuro. Ah, o meio...
Você procura o grande amor da tua vida no meio. E acha. Perde. Acha de novo... Esse, o do meio, vai mudar inúmeras vezes, e acredite, não há mal algum nisso. Ele sempre estará na mesma sintonia que você, vagando por infindáveis meios, até que vocês voltem ao começo ou estejam prontos para engatar um final depois do Amém.
A única coisa que eu peço é que, por favor, não se perca para sempre no meio. Dê algumas voltas, mas volte, pelo amor de Deus, volte. Viva o meio porque o meio é bom. E é nele que sua vida vai ser escrita. Ele tem gosto de aventura e todo mundo quer estar. Meios são sempre muito bons, vai por mim! No meio do beijo, no meio do abraço, no meio do edredom. No meio dos amigos. Tem coisa melhor do que ficar no meio dos amigos?!
Há muita verdade no meio. E nós fazemos parte disso. Fomos o começo, somos o meio e quem sabe, seremos um final. Desejamos um depois lindo baseado em toda essa tragetória. Espero que nosso meio tenha grandeza o suficiente para esperarmos o melhor do depois. E assim vamos indo, vivendo no meio da maneira mais intensa possível pra quando chegar o depois sejamos levados de lugar nenhum para algum lugar... O fim desse texto?! Pra quê... O meio está tão gostoso.

terça-feira, 3 de abril de 2012

Só palavras.

Eu não escrevo pra fazer rima, eu não escrevo pra me lerem.
E nem pra preencher o vazio da página.
Eu me acho escrevendo.
Eu me sinto escrevendo.
Eu me encontro escrevendo.
E vejo tudo sem vaidade, vejo tudo de verdade.
Só tem eu e esse branco. Só tem eu e as palavras.
Elas me mostram o que eu não sei ver.
Por mais que eu tente ver: são só palavras.
Por mais que eu me mate são só palavras…