quinta-feira, 29 de março de 2012

Sem mais lamentações.

Ei, pequeno, olhe pra mim e ouça bem: Eu sei que anda sendo difícil. Mas não desiste não. E, com o perdão da palavra: Pare de se lamentar. Sei que você essa hora está pensando o quanto é fácil pra mim lhe dizer uma dúzia de palavras de conforto. Fácil pra você me agredir dizendo que essa dor é só sua e ninguém dá jeito, ninguém entende, ninguém sente. Não vou te julgar pelo melodrama, é normal, eu te entendo, acredite. Pode esperniar, pode gritar, pode colocar a culpa dessa dor em qualquer um, afinal, muito fácil arranjar um réu para nos tirar a responsabilidade dos nossos erros. Fácil demais se afogar em sofrimento e provar pra sociedade que és o último romântico da terra.
Quando se é contrariado, quando as coisas saem do nosso controle é isso que fazemos, eu, você, todo mundo... É muito mais fácil cumprir com o papel de vítima. Sempre teremos uma justificativa a altura para prolongarmos e afundar na infelicidade. Aceitar que não se tem mais o tudo em mãos é muito doloroso. Assumir isso então, ô, nem se fala. E então manipulamos tudo e todos, os abrigando a entrar no mesmo ritmo.
A certeza de que tudo nessa vida é efêmero me traz paz e calma o suficiente para nunca mais dançar esse ritmo. Estive afogado em problemas até me cansar demais e me lembrar o quanto estava sendo leviano ao verbalizar meus sentimentos super bem resolvidos de alto escalão sobre tudo.
Quando finalmente tive coragem de colocar ação nas minhas palavras pude perceber o quanto se faz presente e necessária a crença diária de que as coisas sempre estão certas e o quanto fazemos pouco caso dos detalhes. E, sinceramente, nunca vi lamentações resolverem problemas...Só ações! Com todo o perdão da palavra: Pare de se lamentar.

Mas ouvi dizer...

Já falei sobre auto-suficiência, já proferi milhares de discursos sobre gente frágil e que diz não conseguir viver só. Já disse como sou segura e inteira dentro de mim e o quanto consigo ser quem eu quiser ser, e ainda te fazer acreditar nisso. Minhas verdades serão sempre verdades pra você porque eu sei que tenho uma enorme capacidade de fazer quem quiser que seja acreditar em mim.
Já falei sobre deixar você ir embora e me martirizar só uma, duas semanas no máximo. Mas não tem jeito, é você. É que você me prova o quanto sou teimosa o suficiente sendo capaz de verbalizar minhares de desculpas para sua falta de jeito. Para a minha falta de jeito... Porque realmente: Não tem jeito! E eu te protejo sempre. Te defendo dos meus amigos porque sou a única pessoa que pode te desconcertar inteiro. É você. É você porque só eu posso te provocar da maneira que melhor te estraga, sempre! Só eu posso inventar várias histórias e ser capaz de nos encaixar nelas...
Mas ouvi dizer que estás bem. Ouvi dizer que conheceu novos lugares, novas pessoas e provou de novas bebidas bem amargas que é pra suprir todo o doce que eu fui capaz de depositar em ti. Ouvi dizer que é uma grande perda de tempo lembrar o quanto conseguimos gostar um do outro e ainda sim terminar a semana longe sem problema algum. Ouvi dizer o quanto sou dramática demais e mal agradecida por ficar aqui me lamentando tanto, dizendo coisas sem importâncias para no fim da noite me gabar só mais um pouco do meu auto-controle. Peço licença ao meu controle fingido e a minha falta de jeito pra te amar só mais um pouquinho essa noite...

quarta-feira, 28 de março de 2012

Velha e surrada mania.

Tenho uma péssima mania de sofrer por antecipação. As vezes acho que é um modo que encontrei de me resguardar e alimentar o fato de que nada são flores. Típico pensamento de gente mimada que vai descobrindo a vida aos poucos.
Sofro por tudo o que vivo, pelo o pouco que vivi, mas, principalmente por tudo o que vou viver. Que cômico. Mas, esse sou eu. Me vendo sentando num banco da praça vendo as rugas aparecerem e meu cabelo mudar de cor. Sem contar aqueles fios que voam soltos, me deixando longe e provando que o tempo passa. Estou ficando velho, como a maioria de nós.
Eu sempre idolatrei essa voz da juventude liberta e o poder que ela pode ter na sociedade se a usasse. Apoio as causas do amor livre e o direito de fumar um baseadinho. Muitos negam e se escondem atrás de perucas ou tintas que cobrem suas verdadeiras faces. Mas eu não nasci pra ser careta. Muito menos careca. Me preocupa esses cabelos indo embora e me deixando só. Estou ficando velho... Mas já havia sofrido por isso antes. Há algum tempo atrás quando me imaginei nessa situação de ver meus cabelos voando soltos me provando que não sou imune as marcas do tempo.
Se engana você que pensa que só me imaginei velho e sem cabelos. Muito já sofri por aquela menininha dos cabelos compridos nos meus primeiros anos de escola. Sempre fantasiava diálogos na minha cabeça e neles ela sempre concordava comigo. Ao menos assim eu fui feliz, ela nunca me renegou e eu diria, isso me fez ver os cabelos indo embora só mais tarde. Uma pena que esses diálogos não saiam dos meus pensamentos, uma pena eu ter colocado drama demais na minha fantasia e ter feito-a me dispensar antes do amém.
A verdade é que estou sempre me protegendo do sofrimento, ou melhor, me privando de sofrer na hora certa. Sempre sofro antes achando que vou aprender alguma coisa de como será minha dor e de como lidar com ela. Furada! Ao invés de deixar as coisas fluírem e não me preocupar, ando nessa nóia velha e nada saudável de ver meus cabelos irem embora antes da hora. Essa minha mania auto-destrutiva de sofrer por antecipação que ninguém dá jeito.

terça-feira, 27 de março de 2012

Um texto chato.

Queria que soubesse de uma coisa: é claro que a gente se engana. E não, hoje eu não vou escrever sobre amor. Será que consigo? De novo, e de novo... Nunca me canso. Sempre termino no mesmo ponto neutro que recorro depois de enormes decepções e tapas na cara: O lugar comum e óbvio de escrever um texto chato.
Acho que agora que estou adquirindo uma diciplina que eu precisava ter em saber separar minha vontade de você e a necessidade. Não preciso de você, acho que não, assim como eu vejo que você não precisa de mim, mas minha vontade de saber de você, cuidar, saber se está bem, vivo, feliz, me faz querer tanto estar por perto. E sufoca. Ultrapassa. Atinjo seu ponto mais forte, sua liberdade.
Sempre agi muito por impulso e admito, assusto as pessoas em minha volta. Penso de menos, faço demais. Ninguém entende mas muito me cansa esses seres capazes de recionalizar seus romances. Acho uma pobreza alagoana essa história de liga-não-liga-vou-ligar-diz-que-nãotô-. Anda tão difícil achar alguem que nos aguente, anda tão difícil alguem que passe o número certo do celular pra você e você se dá o luxo de perder seu tempo dessa forma?! Ah mas vá! Liga, vai. Deixa mensagens. Se joga, se liberta e... E se arrebente no chão! Porque o amor tá banal e você tem que entender isso. Você vai arrasar a semana inteira, mas não tem jeito, no domingo de noite engatando com a segunda-feira trágica você vai recorrer ao lugar comum e óbvio de escrever um texto chato!

sexta-feira, 23 de março de 2012

(...)

Confessa que nunca muito te agradou esse meu lado escritora que só eu admiro. Fui descobrindo isso quando os "elogios" foram sendo transformados apenas em reticências. E é engraçado porque sempre vi as reticências como algo que continuassem, mas você as usava sem a menor descrição como algum tipo de freio. Disseram-me uma vez pra largar um pouco o papel e a caneta e ir viver "lá fora", foi um pouco cômico ouvir isso quando parei pra pensar que minha vida se faz muito emocionante a cada página de livro lida ou trecho escrito. Não dei bola. E bem, foi em algum desses livros que hoje, provalvelmente não me recordarei o nome que lí a nossa história... Já estávamos escritos. Acredite. Era algo que dizia mais ou menos que as pessoas não tinham nada haver apesar de serem perfeitas um para o outro, mas nada a ponto de conseguirem somar. Dá pra enteder que trágico?! Fiquei pensando nisso por alguns muitos segundos, um pouco chocada demais, confesso. Mas é isso. Não é por mal. Só que. Assim. Sou meio atraída de uma forma que nem eu mesma consigo explicar.
Não sei o que vejo em você, essa é a verdade. Porque sorriso bonito, piadinhas no fim da noite ou o sorvete de domingo não predem as pessoas assim. Mas, eu tenho sérios palpites do que possivelmente pode estar ligado a essa aliança minha contigo, e olha que nem é recíproca. Ao contrário do que essa história me dizia, nós não somos perfeitos um para o outro. E é isso. Não fazemos nosso tipo, talvez nem sabemos que temos um tipo de fato, mas, nosso vazio se preenche. E eu consigo entender exatamante o porquê me lembrar de você nas horas mais desconexas do meu dia inteiro, e ainda sim ir a tua procura como um ponto de salvação que percorro o dia inteiro que só consigo encontrar no final da caminhada: você é meu lugar-comum na escrita e eu seu clichê altamente repetitivo. Básico.
A verdade é que eu não posso deixar um bom drama como esse passar assim em branco, ainda mais quando a personagem é totalmente instigante. Não posso te deixar ir embora assim. Não é amor. Longe de mim sentir amor. É que nas noites semanais eu sinto falta de você aqui. Não posso deixar você ir embora assim porque eu quero insistir só mais uma vez de que o lado bom pode superar o ruim por mais um tempo. Por mais muito tempo. Por mais todo o tempo! Por vários motivos ou por motivo algum eu só não quero deixar você ir embora assim. O mundo não merece você ir embora assim.
Sem freio, quero que continue. Quero a verdade nas reticências. Quero muitas reticências...

quinta-feira, 22 de março de 2012

Peço ajuda. Suplico por ajuda. Cheguei ao meu extremo. Veja só, tanto orgulho, tanta marra, tudo acabou. Abaixe o nariz um pouco mais, erga só o tanto necessário. Nada de exageiros. Tudo o que é demais sobra. Sobrou muito e ao longo do tempo ficaram alguns abraços, outros se perderam pelo caminho, alguns ainda se perdem dia após dia e nem percebem. Restou um peito tricando, braços e pernas cansados e uma cabeça doída. Ficou o rastro, teus gestos insanos, o adeus por conta própria, ficou a marca. Nisso tudo sobrou-lhe um aviso: Deu amor, deu muito amor, de tanto doar amor acabou se doando por inteiro, não era para se perder, era para se achar, mas vive. Viverá. Na esperaça de olhos mais secos, viverá!
Pensando ser forte aguentei trancos. Pensando ser forte acreditei ser o que sempre quis ser na verdade... Fria, calculista, com o caração na cabeça e a cabeça só no coração. Boa parte segui -acreditando ser- assim. Minhas controvérsias fizeram esse ser absoluto, intacto, certo de certezas que quase sempre nunca são tão certas assim. Me diga, qual é o ser que sabe ser sozinho? Solidão deve ser dosada, em dosem homeopáticas, e eu já me rendi.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Volte.

"Menino, não se deixe distanciar." Foi o grito mais alto que pude dar. No máximo se afaste alguns segundos mas volte, pelo amor de Deus, volte. A primavera está aí linda, florescendo tudo o que vê pela frente, deixe ela florescer teu coração também? Não se distancie, tô contigo e sozinhos não vamos longe. Sigamos juntos...Não se distancie.
Costumo pensar que as coisas acontecem quando e como deve acontecer. Nunca fui desesperada muito menos de ficar idealizado todo um futuro, quer dizer, nem sempre. Afinal, quem é que não idealiza toda uma vida? Mas agora eu já aprendi, como mesmo já dizia um sábio escritor: "Não há nada a ser esperado. Nem desesperado." E assim a gente segue, esperando pouco, mas no fundo, no fundo, querendo tanto...Demais!
Nunca neguei que sempre precisei de afeto. Afeto, carinho, atenção. Mas nunca neguei também que, por mais que precisasse, me embaraço, atropelo e caio em mim mesma atropelando todos em minha volta com um batalhão de palavras mal ditas. Nunca soube dar nem receber tudo o que preciso, e preciso tão pouco... Digo, nunca soube dar a medida certa do que eu quero receber no ponto. Exagero, assusto demais, é tudo em excesso. É preciso achar um meio termo que não te faça ir embora e nem me deixar aqui. Vamos nos encontrar...

(b)

Ontem me peguei em meio a tanta gente querendo chorar por você. Mas aí me lembrei o quanto discursei ser forte e segura e auto-suficiente o bastante a ponto de nunca passar por isso. Ora nunca, quem eu estava achando que era? Mas uma coisa eu descobri: mesmo mantendo meu coração e minha vodka sempre em meio a gelo uma hora derrete, uma hora esquenta.

Eu-pra-mim.

Pronto, passou, acabou. Agora sou mais eu em mim, menos em você. Sou presente pra mim, passado pra você. Sou futuro em mim, lembrança em você. Virei a página, troquei de música e agora eu danço no ritimo certo. Me vejo enorme, me vejo inteira, me vejo nova. Agora é assim: Eu-comigo.

terça-feira, 20 de março de 2012

Queria que minhas palavras entrassem nos ouvidos das pessoas e soasem de uma forma tão única e intensa, assim como eu me sinto ao escrevê-las. Queria que elas fossem capazes de mudar alguém, assim como me mudam um pouco a cada dia.

Seu moço,

Se você lesse minha literatura, moço, se assustaria.
Tanto amor espalhado em várias letras, quem diria.
Feita para acreditar que seria imune: às pessoas, às coisas. Quebrar qualquer laço que indicasse uma maior aproximação. Tudo saiu do controle. E que estranho não ter mais o comando em mãos. Se perdeu. Mas, todo mundo não precisa se perder um pouco pra aprender a se encontrar? Me perdi de novo, e sinceramente, já não sei se quero me encontrar novamente.

(?)

Felicidade egoísta ou falta de coragem? Depois de muito procurar nem mesmo essas frases clichês se encaixam mais, quando você está nesses dias bons tudo e nada podem fazer sentido ao mesmo tempo. Que seja eterno.

(Des)culpa.

Desculpa a insistência, a falta de jeito ou o excesso de cuidado. É engraçado se desculpar por dar atenção em um tempo onde as pessoas imploram, esperneiam, gritam por isso. Atenção, carinho, cuidado. Deve estar ai o problema, te enchi do que eu queria ter e de tanto repassar não sobrou nada aqui. Preciso me concentrar novamente e lembrar o quanto sou inteira e segura a ponto de conseguir caminhar só.

Só o começo.

A pricípio quero ter saúde, muita saúde. O resto eu vou ganhando e perdendo com o tempo como tantas outras vezes. Em outra época te pediria novamente, hoje eu só peço que você não tenha medo. Não tenha medo de ficar por perto, só o que eu lhe peço. Mas, eu não posso reclamar, queria muito reclamar, conversar, entender, decidir, berrar por atenção. Mas não, não posso. A cartilha da vovó sempre escancarou na minha cara que, depois de muito tentar, a gente tem que ficar parada esperando as reações. E é isso que eu faço, espero. Vou me aguentando, me moldando, e acima de tudo, esperando...

sábado, 17 de março de 2012

Muito sobre você.

Hoje eu quero escrever muito sobre você. Não que eu não tenha feito isso nos últimos dias, meses, mas é que hoje eu estou assumindo isso, você consegue entender a gravidade desse fato, querido? Estou assumindo o turbilhão de ideias que voam soltas na minha cabeça, estou assumindo as borboletas que dão piruetas dentro de mim. Estou assumindo você, assumindo você em mim. A partir de hoje entrego minha cara a tapa a quem quiser surrar em meus ouvidos todo aquele discurso auto-suficiente que eu fui capaz de verbalizar um dia, toda aquela frieza que eu deixei transparecer em cada célula do meu corpo. Hoje eu quero ser mais minha, quero ser tua. Hoje estou querendo ser reconhecida por todas as frases mal ditas, por todo o meu sentimento barato, por toda a minha melancolia fingida e por toda a minha literatura real. Hoje, só hoje eu quero escrever muito sobre você...

Indo... Indo voar sozinha.

Apatia. E é esse a palavra que define todo o meu estado emocional de hoje. Depois de tantos festejos, de tantas alegrias, em quem mais posso me segurar? A quem procurar? A única parte que dói é quando lembro-me da necessidade de abandonar o barco e voar sozinha. Isso, sozinha. Alguns me tarjarão louca, outros inconsequente ou até mesmo irracional. Mas, mais uma vez todos erraram. E é ai que fica o grande clã de toda uma história realmente vivida, ninguém sabe de nada na verdade. E eu, Sei? Não sei se sei, não sei se quero saber, não sei se devo. A partir de agora as coisas podem começar a não fazer muito sentido, mas acredite, a algum tempo já não fazem. Não devia ter ido brincar tão longe das minhas bonecas nem largado o violão atrás da cama. E ao contrário do que muitos pensando é esse o momento mais racional dos meus últimos tempos, o momento que estou largando o barco e indo, indo voar sozinha...

É?

Amar é a maré.
Acredite...
Vai e vem!

Inevitavelmente: patético.

Deve existir algo melhor que o amor. Talvez não seja constante e nem dê aquele friozinho na barriga, pode ser como um espirro, ele vem chegando, você sabe que vem chegando e chega, avassalador, intenso, mas logo vai embora. Nunca dou tempo de ser muito para esses novos amores, porque estrago antes. Cortar qualquer relação elevada, amada. O amor é patético, como tem que ser!

sexta-feira, 9 de março de 2012

Pedido de socorro.

Confesso que nunca entendi essa minha urgência de ser notada pela dor. Minha poesia escancara para quem quiser ver o quanto o sangue escorre e a alma padece aos poucos. Sempre precisei de alguem me dizendo que tudo ficará bem mesmo sabendo que não, não ficará. Não agora. Quero colo, quero apoio, quero ser vista por um outro ângulo, esqueçam a parte engraçada do meu ser, sempre achei que esse fosse meu ponto mais forte, mas não, não é. Tenho um lado muito frágil que quase ninguém conhece, que ninguém vê. As pessoas só se apoiam quando se sentem confortáveis, e acredite, isso acontece a todo momento. Chegou a hora de me apoiar também, preciso enconstar, parar o barco. Você me segura?